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Shake de Cultura #08
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Shake de Cultura #08

Não amei Fleabag e explico os motivos.
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Este mês falei sobre Fleabag, série do Reino Unido com duas temporadas: não foi meu favorito, mas quis falar por aqui porque acho que os meus motivos para não gostar podem ser mais relevantes do que os elogios ao óbvio que eu faria se decidisse comentar Heartstopper. Ouçam e venham me contar se vocês também se incomodaram com esses aspectos que mencionei no podcast.

Phoebe Waller-Bridge foi premiada pela série

Outras coisinhas que assisti, li, ouvi:

Vermelho, branco e sangue azul: lançamento esperado por causa do sucesso do best-seller que me decepcionou. O romance entre o herdeiro da coroa inglesa e o filho latino da presidenta dos EUA é divertidinho mas tem coisas que não fazem sentido naquele roteiro. Achei que tinha pouca química entre os atores e as atuações e a direção deixaram a desejar - dava pra tirar TANTO DALI! Mas achei um filme sessãodatardizavel com protagonismo lgbt+, o que é importante.

O clube das desquitadas: Um filme de 1996 sobre três primeiras esposas que foram amigas quando jovens e, depois do suicídio de uma quarta amiga que havia se divorciado recentemente, retomam a amizade para se vingar dos ex-maridos que as trocaram por esposas mais jovens. É um filme da sua época com algumas coisas que teriam sido feitas de forma completamente diferente hoje em dia porque com o tempo as gerações foram ganhando mais NOÇÃO! Mas ainda assim, muito divertido e protagonizado por três atrizes super carismáticas que sustentam as loucuras e sobriedades de suas personagens: Goldie Hawn, Diane Keaton e Bette Midler. Maggie Smith e Sarah Jessica Parker também participam e dão uma roubadinha de cena às vezes.

Amantes eternos: O filme é de 2013, mas não achei nada datado. Fiquei completamente apaixonada pela estética de luxo empoeirado e pela caracterização das personagens. Este filme me fez entender o tesão que todo mundo sente pelo Tom Hiddleston, mas também pudera - ele está vivendo uma personagem mais romântica e deprimida de um Kurt Kobain com alguns séculos ou milênios de vida. Acho que são vampiros extremamente possíveis e a relação deles com a arte revela muito sobre a nossa espécie mortal. Tilda Swinton está tão doce e linda e o casal é adorável por serem namoradinhos teen mesmo depois de séculos de relacionamento (não-monogâmico, como deduzi e a única maneira que faz sentido quando se é imortal.) Propositalmente, o roteiro deixa mais dúvidas que respostas e também é um pouco distópico, mas sem muito aprofundamento nesses mistérios sobre a humanidade imaginados por Jim Jarmusch. É um filme de vampiros extremamente sensual - como deve ser - e apesar de retratar uma relação heterossexual, juro que senti uma vibe queer - talvez por influência deste post do Eric Novello:

Encruza Criativa
Os vampiros de Jim Jarmusch e a busca pela arte
O desejo é livre no seu voo noturno Vampiros me ensinaram uma coisa ou duas sobre desejo queer quando a internet ainda não era um portal para os segredos do universo. Quando eu era novo demais para saber que existiam outros gays a um barzinho de distância, que eles não estavam congelados nas capas de revista ainda exibidas na p…
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Heartstopper: É simplesmente perfeito. Tudo é incrível, sensível, fofo, um sonho e um caminho. E eu amo toda a trama da bissexualidade de Nick Nelson - é tudo legal mas em especial, a jornada deste personagem me pega e me abraça. Estou muito animada para a próxima temporada!

A redoma de vidro, da Silvia Plath ganhou uma espécie de resenha aqui. Não amei, mas entendi a importância do livro, e só.

Da costela do impossível, da Marcela Alves rendeu uma resenha sobre este trabalho poético tão lindo, para o Valkírias. Leia aqui.

Ouvi um milhão de vezes o álbum Xande canta Caetano, do Xande de Pilares. A seleção de músicas é perfeita, - eu amo a poética de Caetano! - os arranjos lindíssimos contornam tão bem a melodia e a voz certeira do Xande deixam as letras mais marcantes.

Não amei Super, o álbum novo do Jão, mas achei algumas músicas bem divertidinhas e adoro a bissexualidade protagonizando as letras. É um pop gostosinho mas nada demais, não chega a mexer comigo.

Vi um vídeo sobre como os clipes da banda Jungle são normalmente vídeos coreografados de um take só - o que é bem legal e eu adoro - tudo que envolve dança me seduz. Aí fui ouvir Volcano, o álbum mais recente, e a minha conclusão é que preciso do apoio dos clipes pra apreciar, porque as músicas não me chamam muito a atenção por conta própria. São bem executadas, dançantes, mas parecem não ter tanta energia quanto eu esperava - aí fui descobrir que a banda de é britânica e entendi tudo: a música parece um pouco com Londres - uma cidade que promete muito mas é meio paradona se você para pra pensar e sentir.

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Vem conversar comigo sobre essas obras?

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annaverso
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shake de cultura é uma sessão de indicação de conteúdo cultural e comentários breves (ou não?!). o podcast é parte integrante do annaverso. uma newsletter mensal na qual compartilho minhas impressões sobre a escrita e a vida, outros pontos que não saem da minha cabeça e reúno tudo que tenho escrito internet afora.
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Anna Carolina Ribeiro