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Shake de Cultura #07
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Shake de Cultura #07

Do jeito que elas querem: existe (boa) vida (sexual) após os 60 anos!

Olá annaversers!

A receitinha nutritiva do Shake de Cultura vai mudar a partir de agora! Estou experimentando falar só sobre uma ou duas obras consumidas no mês em áudio - as que mais me tocam.

Os outros filmes, livros, séries e álbuns serão brevemente comentados por escrito aqui no corpo do post.

Espero que meus comentários ajudem nas escolhas de entretenimento de vocês.

O queridinho do mês: Do jeito que elas querem

Crítica | 'Do Jeito Que Elas Querem' – Para Ver Com as Manas no Dia da  Mulher! - CinePOP

Um ano inesquecível: Outono

O filme é uma adaptação do conto/novela “Outono” do livro co-escrito por autoraas diferntes “Um ano Inesquecível”. Assinado por Babi Dewett, o conto narrava a história de Ana Júlia, uma menina certinha que queria conseguir um estágio em um escritório famoso de advocacia em São Paulo e João Paulo, um cantor de rua tentando o sucesso na maior cidade do país. Obviamente, a história se passa no Outono imprevisível de SP, onde existe amor sim. Só que além do amor afrocentrado (e este ponto é inclusive mencionado e trabalhado em números musicias como algo novo e importante para a protagonista)

Mas a versão cinematográfica ganha contornos muito interessantes sob a direção de Lázaro Ramos e com protagonismo negro. Além das pautas raciais, o filme aborda questões sociais e de gênero em números musicais grandiosos e com muita brasilidade. A representatividade e subversão de algumas expectativas e papéis de gênero mostram que é possível fazer um filme leve sem excluir ninguém ou repetir padrões estruturalmente prejudiciais a algumas minoria. As aparições estelares trazem um ar divertido pro filme, mas acho que ele teria sido melhor se pesasse mais pro lado do drama. Em especial, acho que João Paulo é um personagem que fica mais cômico do que deveria. Afinal, ele é um trabalhador precarizado, né? Eu entendo o contraponto que quiseram colocar entre ele e a Ana Júlia e como ele não é o protagonista, a busca dele pela carreira de artista tem justamente a leveza que o par dele não encontra na vida dele, mas… eu teria feito diferente. Ainda assim, é um musical grandioso e que me emocionou por ser totalmente brasileiro – e o único que me lembro de ter assistido e que esteja neste nível de produção. O romance e os relacionamentos familiares são muito bonitos também.

The Flash

É, gente. Assisti o filme do Flash. E pior, gostei. E ainda mais grave: chorei. É uma história bem interessante de viagem no tempo e todos os paradoxos, brinca com a história de multiverso e com o histórico de filmes anteriores da DC de um jeito divertido e ao mesmo tempo saudoso. Ezra Miller é uma pessoa péssima fora das telas mas carrega o filme com atuações (sim, no plural!) no ponto em todas as nuances que o filme exige. Já não me interessava muito a construção do universo cinemático da DC, mas esse filme deu uma requentada legal e rendeu um caldo. Acho que tudo que eu falar sobre a trama me renderá acusações de spoiler, então quem quiser ver, confia e vai sem medo. Mais do que isso eu apenas digo que: EU AMO A MULHER MARAVILHA! Toda aparição dela nos outros filmes me deixa saltitante e com um sorriso bobo na cara. Gal Gadot, você também é um pouco problemática mas eu te amo e sou grata por ter me dado a super heroína que sempre precisei e nunca soube que precisava.

Memórias de um amor

Sinceramente, dei o play porque é um filme inglês que tem Colin Firth – um dos atores que eu sempre esqueço mas amo demais – e o Stanley Tucci (quem não gostar ele é criminoso). Os dois formam um casal já a muitos anos juntos: um é escritor, o outro pianista e os dois decidem fazer uma viagem para reencontrar amigos antes que o escritor (Stanley) perca a memória, já que ele foi diagnosticado com demência precoce. Eu imaginava algo entre a comédia, o drama e aventura dos road movies mas o filme pesou pro lado dramalhão de forma desnecessária. Posso julgar o roteiro por isso? Não. Talvez eu fizesse o mesmo, tendo a oportunidade de extrair desses dois atores incríveis um drama bem executado. Mas sei lá, a partir de um certo ponto você meio que prevê o final e o clímax não tem muita carga, o que é um problema porque o filme parece querer te surpreender – e falha. E pra piorar, é o final mais batido possível. Daqui pra frente tem spoiler, então se você se importa com isso, pare aqui: Não aguento mais roteiros advogando pelo suicídio assistido/eutanásia ou coisa que o valha. Eu sei que é uma discussão que precisa ser levada para o público. Mas eu acho que como as histórias vão sempre pra esse ponto diante de uma dificuldade, fica sempre o retrato dessa escolha – o que eu acho que é um apelo para o drama muito óbvio e já cansativo – e nunca o retrato humanizado de quem escolhe viver a vida, ou de quem nem escolhe, simplesmente vive. Então este filme foi uma decepção enquanto narrativa, porém TUDO em termos de atuação. Colin Firth, você é meu inglês favorito, entenda!

Moonlight Chicken

É uma série tailandesa de oito episódios que acompanha a relação de Jim e Wen depois que eles vivem uma noite de sexo casual. Apesar do encontro agradável para ambos, Wen se interessa pelo dono de restaurante de frango com arroz (prato típico da tailândia) e quer se aproximar dele, embora Jim tente afastá-lo. A história se desenrola a partir dessa premissa, com sensibilidade e a partir de uma abordagem mais paciente, gentil e reflexiva sobre a vida. É muito interessante o jeito que os dilemas geracionais se intercalam com a trama e muito realista toda a questão da classe social e das experiências de vida anteriores influenciando em quem nos tornamos, quem desejamos e podemos ser. Acho que este drama se encaixa no que eu chamaria de realismo gentil ou sweet slice of life. Os conflitos são resolvidos com diálogo e tempo e as resoluções são construídas aos poucos, como costuma acontecer por causa da complexidade da própria vida.

Maverick

Não é a sequência de Top Gun, é o mini álbum de 2021 do The Boyz. Uma farofinha ótima, com a excelência do pop meio despretensioso meio ambicioso que hoje em dia só o kpop entrega. Fica melhor acompanhado da experiência visual, outra característica do gênero sul coreano. Aliás, o The boyz serve coreografias que me deixam embasbacada às vezes.

Um banda um

Não sei se esse álbum foi um clássico do Gilberto Gil, mas tem várias músicas conhecidas em versões que eu nunca tinha ouvido. Eu amei, como esperado. Acho que é o álbum mais antigo que ouvi este ano, de 1982. Temas ainda atuais, letras sensíveis e espirituosas e sonoridade única, como Gil é sempre capaz de fazer.

Barbie, the álbum

Como a trilha estava já toda na minha cabeça devido a todos os inúmeros vídeos virais usando alguma das músicas, resolvi ouvir por completo. Algumas músicas com muita cara de trilha sonora mesmo, bem funcional para o filme, aparentemente (porque ainda não assistir, pasmem!) e muitos artistas famosos fazendo músicas ok para uma trilha de filme blockbuster. Nada demais, mas também, nada de menos.

Exist

Se o kpop fosse uma competição culinária, o time campeão quando o prato é farofa seria definitivamente o Exo. Visualmente uma delícia também, e trazendo todas as nuances que se pode esperar de um grupo pop: mistura gostosinha de outros gêneros musicais – principalmente o r&b que o Exo SEMPRE entregou com maestria, despretensioso mas se dando a importância que merece, álbum sonoramente coerente mas com variações que não cansam os ouvidos, e VOCAIS! Só tem gogó de ouro nesse grupo! Exo é um dos meus grupos favoritos desde que debutou (sim, eu vi esse grupo nascer quando ele ainda era dois! - só quem viveu sabe) – é muito fácil gostar dos meninos, que são super talentosos e carismáticos e graças a deusa tiram a roupa, ao contrário de um outro grupo que eu gosto aí que só fica pelado em carreira solo… Ao contrário de muitos outros grupos, algo raro também no Exo e que eu sempre aprecio, é que os álbuns do Exo funcionam MUITO BEM sem o complemento visual, sabe? Fica melhor com os vídeos ou performances? Claro, eles têm homens bonitos sarados e sem roupa, oras. E eu amo o estilo coreográfico deles (Kai, volte logo, estou morrendo de saudade de você, meu main dancer!) Mas é uma delicinha mesmo se você pegar pra ouvir sem assistir nada.

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Vamos conversar sobre essas obras?

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shake de cultura é uma sessão de indicação de conteúdo cultural e comentários breves (ou não?!). o podcast é parte integrante do annaverso. uma newsletter mensal na qual compartilho minhas impressões sobre a escrita e a vida, outros pontos que não saem da minha cabeça e reúno tudo que tenho escrito internet afora.
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Anna Carolina Ribeiro